A fim de aprovar sem resistência a medida que versa sobre renegociação da dívida dos Estados no Congresso, o Palácio do Planalto retirou do texto trecho que proibia os governadores de concederem aumentos aos servidores públicos por dois anos. A ação foi interpretada como uma derrota do Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Diante da repercussão, o presidente interino Michel Temer se desculpou com o ministro e justificou sua escolha.
Temer negociou pessoalmente a exclusão do parágrafo do texto com o relator do projeto, deputado Esperidião Amin (PP-SC), e fez questão de ligar para Meirelles para justificar o aval que deu também ao líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), aprovando a modificação.
Apesar de a alteração apontar para uma derrota de Meirelles, que havia dito que o trecho era “inegociável”, durante a tarde o ministro já considerava a possibilidade de o trecho ser excluído no Plenário da Câmara. Fontes próximas disseram que, para ele, a adoção do teto de gastos pelos Estados tinha que ser mantida e outras eventuais alterações menores no texto poderiam ser revertidas no Senado.
Interlocutores de Temer, entretanto, negam que a intenção do governo seja modificar novamente o texto no Senado, mas reconhecem que caso os senadores queiram “aprimorar ainda mais a matéria”, ela pode sofrer novas alterações.
(Fonte: Agência Estado)